Friday, May 11, 2007

A bôua

Que noites intermináveis
no acordar de tantos esquecimentos
lembranças e sorrisos
momentos

Noites a céu aberto
um esvaziar eterno de copos
instantes, recortes
ali, os corpos

Entre infinitos adiantes
desgovernáveis rumos
nunca tudo igual
nunca falta assunto

Tampouco falta calor
nas noites que não se dorme
vida que se sangra
nos dados da sorte

Camelôs

Os homens de paus e pedras trabalhavam a pouco
Quando um careca louco, sentado no trono
ordenou: Hoje é dia de sufoco!

Meio-dia, as tartarugas ninjas sedentárias,
Por medida do mercado têm de passar o sarrafo
Coletar pirateado dos formais desempregados
Que não têm carteira, mas têm sindicato

O centro da cidade encendeia com a força do Sol
A classe média vê dos altos dos escritórios
Gritos e sangues na massa de pobres

Surjo logo após o término
A Carioca respira enfermo
Vejo o circo desmontando
Ainda ouço berros